quarta-feira, 30 de junho de 2010

Madrugada

Ontem, enquanto lia o livro da Cris Guerra, chorei muito. Senti você perto de mim. Existem cenas ali descritas que são parte da minha vida. Às vezes parece um pedacinho da minha biografia. Quando ela descreve a hora do parto, o sentimento que teve... Senti tanto amor por você, mãe! O modo como ela ama o Cisco e como você sempre demonstrou amor por mim... Fui dormir chorando, olhando sua foto na parede, coração apertado, "saudade não tem fim", diz ela. Eu preferiria não nenhuma foto sua mas ter você perto de mim.
Senti-me como um cristal que caiu no chão. Que foi colado, mas que mantém a ranhura, que nunca mais será o mesmo, que possui um local fragilizado que não pode ser muito apalpado, cutucado, porque pode abrir novamente. Isso me afligiu bastante. Eu me senti sozinha, tendo que dar tempo ao tempo à força, doendo inteira, e o tempo nem sempre é amigo. "O sono, sim, é o melhor amigo dos corações partidos", como diz ela, mas ao acordar e constatar a realidade, só Deus pode me dar força para prosseguir.
Momentos assim ninguém entende. Ainda mais depois de um ano. Parece exagero, parece apego, mas eu sei que você me compreende. "Tem coisas na vida que são feitas só pra sentir", não tem como explicar.
Estou sentindo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Tem algo a dizer?